segunda-feira, 2 de junho de 2008

Solidão na net

São quase sete horas da noite e só agora me dei conta de que não ouvi nenhuma voz humana. Nem ao vivo, nem por telefone. O que não significa que eu tenha ficado calada o dia inteiro. Muito pelo contrário: meu MSN bombou! Aliás, bati papo com tanta gente querida, mas que não vejo há anos. Nessas horas eu penso: “Bendita internet”.

Dito isso, tento ser uma pessoa feliz, com um computador e um MSN recheado de contatos. Parece até impossível se sentir sozinha quando um mundo de gente está online na sua lista, não é mesmo? Discordo.

Um papinho online distrai, é fato. Mas, cá entre nós, eu sinto falta dos olhos nos olhos, do abraço apertado e de um encontro verdadeiro. Parece até saudosismo da minha parte, mas sinto falta das reuniões ao vivo. Responda: Qual é a graça de contar uma super novidade pela net? A pessoa do outro lado pode atér ser atenciosa e encher você de parabéns. Mas falta a entonação da voz, a resposta espontânea. Concorda?

A verdade é que eu estou farta da solidão física. Dia desses, por exemplo, fui ao shopping sozinha, faço isso com freqüência, e me bateu uma vontade louca de convidar todos os outros sozinhos para um bom papo. Quem sabe um café? Sim, parece loucura, mas eu desejei papear com todos os vizinhos solitários que andavam de um lado para o outro, cheios de sacolas, hipnotizados pelas vitrines. Por que eu não fiz? Não sei, talvez me faltou coragem. E, você, por que não faz?

Um comentário:

Lola disse...

Adoro fazer esse exercício, Flor. Por vezes, conheço um bocado de pessoas nesses momentos de introspecção. Adoro, principalmente, viajar sozinha. Fiz bons amigos durantes algumas viagens. Ser feliz na solidão é muito bom. É aprender a ser feliz consigo mesma, sem dever nada a ninguém, sem precisar se explicar para ninguém ou fingir qualquer coisa. Adoro ir ao cinema sozinha, porque naquele ambiente escuro e controlado, eu tenho a capacidade de entrar dentro de mim e entender um pouquinho mais do que é ser apenas eu. Pior do que estar só, é ser só e não notar o tanto de presenças que carregamos dentro de nós mesmos. Por falar nisso, vamos marcar um cinema???